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O Uso Ritualístico das Ervas – A Magia Vegeto-astromagnética

  • Post published:24/06/2013

O reino vegetal em sua grande riqueza de espécies oferece uma vasta possibilidade de estudo para os interessados em desvendar as curas as quais ele proporciona. Na prática habitual dos terreiros de umbanda, é bastante comum observarmos o uso ritualístico das ervas em grande amplitude, ou seja, usam-se as folhas, frutos, caules e flores. Existe, inclusive, denominação própria para aqueles que são conhecedores maduros dos poderes curativos das plantas, também chamados de Tatá-macaias (Tatá – pai; Macaia – mata).

Entretanto, dada a grande diversidade de cultos e preceitos nos vários terreiros, é notório e bem possível que venham a existir diferenças no uso ritualístico das ervas, como também quanto aos nomes dados a cada uma delas. Essa diferença nasce da influência regional, da tradição de santo seguida pelo terreiro e da vivência templária de quem manipula estes materiais.

Fato é que, independente, do nome regional concedido a qualquer planta, a ciência acadêmica se ocupou de classificar a maioria, o que facilita o estudo quando tomamos por referência o nome científico da planta em análise.

Partindo desta premissa, o AUEA idealizou e desenvolveu dois setores imprescindíveis no uso e aplicabilidade da magia vegeto-astromagnética, no que diz respeito às práticas ritualísticas utilizadas dentro e fora do santuário. O setor de Herbário, que é responsável pelo plantio e cultivo das plantas (ervas sagradas), fornece a matéria-prima ao setor de Ciências, responsável pela manipulação das ervas, confecção dos banhos, defumadores, perfumes e desagregadores que são utilizados nas giras públicas e também disponibilizados ao público interessado. À frente dos aludidos setores, temos um técnico em agropecuária, responsável pelo cultivo das plantas, uma geneticista, um químico e um homeopata que, em conjunto, supervisionam toda a atividade de manipulação e confecção dos produtos de axé.

No aspecto magístico do uso das plantas ritualísticas, o agrupamento conta com a orientação do Mentor Dirigente das atividades, Caboclo Cobra Coral – Mestre Araniananda, além de nos apoiarmos também nos ensinamentos deixados pelo saudoso Matta e Silva, Mestre Yapacani[1].

As primeiras lições que cuidamos de aprender sobre o uso das ervas tratam da estrutura básica dos vegetais. Estudamos as constituições das raízes, caules, folhas, frutos e frutas, a fim de entendermos todo o mecanismo de reações químicas e energéticas que podem acontecer nos vegetais. Em linhas gerais, as plantas têm a propriedade de absorver e transformar energia luminosa captada do sol em substâncias químicas que são somadas aos micro e macro-nutrientes absorvidos do “habitat” natural dela. Todo esse processo é conhecido como fotossíntese, processo físico-químico que permite um grande acúmulo de energia prânica nos vegetais.

Para nós integrantes do grupo mediúnico do AUEA, a magia astro-vegetomagnética é a magia cuja ciência tem por fundamento extrair, por processo natural magístico, o magnetismo do vegetal (energias vitais provenientes do sol) em perfeita correspondência com o astro e a linha de força que o influencia. Pode ser, ainda, a magia que procura relacionar magneticamente o astro e o vegetal, obtendo os seus benefícios físicos e astrais, em causa própria ou em benefício de terceiros, por meio da utilização de vários métodos, tais como as defumações e banhos, na intenção ritualística de agregrar, desagregar, fixar etc.

Da imensa variedade de espécies vegetais possíveis de serem usadas pelos umbandistas ou não, começamos analisando 49 ervas sagradas classificadas pelo Caboclo das 7 Espadas, por meio da mediunidade do Mestre Arhapiagha, no livro “Umbanda, O Elo Perdido”.

Vejamos o quadro de correlações vibracionais abaixo, pois, com elas, é possível entender as intermediações entre os sete orixás em toda manipulação que se deseje fazer.



É de capital importância que o interessado em manipular a magia astro-vegetomagnética conheça o ciclo de energia vital que ocorre nas plantas para que consiga obter na colheita dos materiais o maior potencial de axé. Este ciclo funciona resumidamente da seguinte forma: “… A colheita das ervas, independente de seu uso, deverá ser processada na quinzena positiva, isto é, nas luas Nova e Crescente. E por que nessas luas? Porque a energia vital ou prana faz seu ciclo, no reino vegetal, obedecendo ao seguinte rito: na lua Minguante ou Quarto Minguante, a força prânica ou de vitalidade se concentra na raiz, vitalizando-a, permitindo que ela tire do solo nutrientes físicos e os de ordem espiritual ou hiperfísicos. Essa fase demora em geral 7 dias para ser completada. Após essa fase entramos na lua Nova. Na lua Nova o éter vital ou prana se concentra nas folhas, flores e frutos. Essa fase também dura 7 dias. Após a lua Nova, entramos na lua Crescente ou Quarto Crescente. Nessa fase ainda há uma corrente energética ou prânica nas folhas, mas após o 3º dia a corrente se desloca para os galhos menores, e daí ao 7º dia passa para os galhos maiores. Na fase seguinte, da lua Cheia, a corrente prânica desce ainda mais, alcançando o caule primário; desce até o 7º Dia da lua Cheia, quando o prana já está praticamente acumulado na raiz. Aí, na próxima Minguante, reinicia-se novo ciclo. Pelo exposto, fica-nos muito claro que não se deve colher ervas nas luas Cheia e Minguante, pois a força vital, o prana, as energias eletromagnéticas estão na raiz e é claro ninguém vai tomar banho de raiz, pois se o fizer será uma só vez para aquela planta, e não é de nosso feitio aniquilar o reino vegetal, nobre auxiliar para a sobrevivência do Homem.” (RIVAS NETO, F.(Arapiaga). Umbanda, o elo perdido: obra mediúnica, 3ª. ed – São Paulo: Editora Ícone,1999, p.259.) Ciente das informações acima relatadas, resta-nos então, sucintamente, entender os requisitos daquele que será o responsável pela colheita das ervas escolhidas.

Em primeiro lugar, a colheita deve ser realizada por quem conheça o processo e a técnica exigida para tal ato. A incumbência dada ao responsável não poderá fugir das etapas predeterminadas, bem como ao zelo, às recomendações, principalmente, de cunhos espirituais. É bom sempre lembrar que existe uma íntima ligação entre o vegetal e os espíritos elementares que zelam pela sua manutenção junto à natureza. Assim, é evidente que a pessoa que irá colher as ervas deva ter noção desses fundamentos…

Sendo assim, seguem algumas dicas importantes:

– Ter autorização espiritual quando a colheita for para uso coletivo, salvo se for para uso pessoal; – É vetado à mulher autorização para colheita quando estiver em seu período menstrual, principalmente, se for voltada para terceiros; – Saber identificar as ervas de acordo com as suas características individuais e coletivas; – Estar afinizado com as evocações e procedimentos junto aos elementares (espíritos que comandam ou estagiam na natureza) para retiradas desses vegetais do “habitat” natural; – Não proceder à colheita das ervas sem estar física e espiritualmente higienizado.

Enfim, ressaltamos a importância de harmonizarmos o uso ritualístico das ervas com as orientações espirituais, visto que os mentores sempre buscam potencializar os benefícios dessa prática em nós, incrementando as várias terapias utilizadas nos inúmeros terreiros de umbanda espalhados pelo Brasil.

Tashirodhan 20/06/2013

*Correção ortográfica e gramatical – Cleane Drumond [1]Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda.

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