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Espiritualidade, o despertar verdadeiro da fé

  • Post published:15/03/2013

Em nosso último texto, falamos do recomeçar, desafio cíclico, existencial e impulsionador da vida de cada um de nós. Na intenção de alertá-los, mostramos o quanto é importante saber fazer escolhas, a fim de focarmos o resultado final.

Na ocasião, dissemos que os projetos, quando pensados pela ótica da sabedoria e do amor, são roteiros seguros cujos fundamentos se tornam essenciais ao fim almejado.


Nesta esteira, como fim último, acreditamos que os resultados, sejam eles materiais, sentimentais ou espirituais, ainda que em categorias individuais ou coletivas, essencialmente, só serão efetivos pelo prisma da satisfação espiritual se virtuosos tanto o corpo como a alma. A afirmativa aos indivíduos conscientes reafirmará as escolhas, dando-lhes o rumo por onde iniciarão os primeiros passos, caso contrário, fatalmente, estarão fadados ao fracasso.

Nesse contexto, não podemos desprezar a “dimensão sócio política do ser humano”, cuja realidade nos leva a repensar a posição do ser humano dentro da política que o cerca. Por essa perspectiva, acredita-se que este é, em unidade, um indivíduo socialmente político, sujeito a oscilações mentais, astrais e físicas. Assim, pela perspectiva da fé, as convicções humanas podem levar o “Ser Espiritual” a ser mais religioso ou não.

Como já afirmamos em outro texto de nossa autoria, sendo o ser humano um indivíduo que vive em sociedade, fica ele jungido aos ditames da ordem pública e da política estatal que, historicamente, desde as épocas mais remotas, vêm passando por inúmeros conflitos, principalmente, quanto à convicção no criador, ou Deus, como formalmente o conhecemos. Aliás, no decorrer da história, são evidentes os conflitos humanos entre os políticos e religiosos que a todo o momento tentam afirmar suas teorias centralizadoras.


Neste viés, travam-se conflitos e mais conflitos iniciados por posicionamentos individuais sempre ausentes de flexibilização que inevitavelmente causam guerras e mais guerras…

Quando chamamos a atenção para os conflitos que, indiscutivelmente, a todo o momento surgem no cenário social do Planeta Terra, não podemos negar que a humanidade vem sendo conduzida por políticos e religiosos equivocados em suas colocações e soluções impensadas. Ausentes de inovações políticas e religiosas que elevem o espírito do ser humano, faltam a eles propostas positivas, cujos projetos fujam dos convencionalismos e poderes temporais que marcaram a humanidade pela dor e sofrimento. Cumpre ressaltar que a própria história humana nos conta que líderes planetários, destituídos de Amor e Sabedoria, conduziram grande parte da humanidade a tristes resgates, que têm reflexos diretos no cenário físico e astral… que perpetuam até os dias de hoje.

Apenas como objeto de reflexão, gostaríamos de fazer uma pergunta ao leitor que nos acompanha o raciocínio: quem tem razão, ao se justificar perante as realidades e necessidades, objetivas e subjetivas, a exemplo do sofrimento, angústia e desesperança que tanto aflige o espírito do ser humano, o líder político ou religioso?

Essa é uma pergunta difícil de responder! Discutivelmente, podemos estar subordinado a um líder político sem visão espiritual ou a um líder religioso sem visão política. Se por um lado, a religião busca o monopólio do poder, por outro, faz resistência aos comandantes políticos e vice-versa. A realidade histórica da sociedade nos mostra que continuamente os setores ora aludidos vão se entrecruzando e se revezando e, enquanto não chegam a um acordo mútuo, sofre a humanidade passando pelas dores e misérias físicas e espirituais.

A verdade não nos deixa mentir, se por um lado, a política de muitos líderes religiosos prega a fé salvacionista, do outro, a figura do “Poder” que busca o reinado político pelo viés do “Rei” (Legislativo, Judiciário, Executivo) em Estado integrado, não passa de idolatria, visto que acaba desqualificando o espírito e despersonificando o homem ao ponto de aliená-lo em decorrência das contingências da realidade física. Assim, acreditar e aceitar políticas (religiosas ou administrativas) como lenitivo da alma e do corpo, sem um juízo de espírito racional, é banalizar a doutrina da fé. Falta-nos esclarecimento espiritual, ousadia para definirmos com segurança o que nos dita a consciência….Até quando continuaremos apáticos, indiferentes…! Urge nos posicionarmos como seguidores da “luz”, ou não!

Temos aprendido que esta forma arcaica de governo não é e nunca será a política da espiritualidade. Não é difícil identificar “fortes” subjugando os fracos, “sábios” controlando os ignorantes e “ricos” a direcionar os pobres….Quando acordaremos deste sono hipnótico, que não nos deixa apreender o Amor e a Sabedoria, para que possamos compreender a Espiritualidade?

Evidente que, no decorrer dos fatos históricos e na atualidade, o homem sofrido e marginalizado procura, ainda que inconsciente, pelo lenitivo divino. Somente como exemplo, a bíblia é fonte inesgotável que conta a história de um povo, que, à procura de sua libertação, foi objeto de exploração ora dos religiosos, ora dos estadistas. Não mudou muito até a presente data. De fato, o povo continua sendo massa de manobra da política seja ela religiosa, científica, filosófica ou artística. Quantos de nós não apostamos na salvação…, seja pagando pelos “pecados”…, na fé, na tecnologia, na irreflexão, na inabilidade de viver, esquecendo que a nossa verdadeira essência é a resposta que buscamos, a fim de encontrar o porto seguro da existência.

É só o indivíduo se decepcionar com as suas buscas materiais, ou com o falso amparo do “Estado”, que ele logo volta a procurar o amparo na religião. Não defendemos, este ou aquele setor, já citados, independente de dominarem uma das vertentes da gnose humana, apenas ressaltamos a prevalência da Espiritualidade sobre todas elas.

Assim, em ciclos repetitivos, Estado e Religião revezam-se no poder, sendo o espírito do ser humano jogado de um lado para o outro. Na oportunidade, na condição de religioso, queremos afirmar que o contrário também acontece. Se estudarmos as revoluções, identificaremos vários Impérios e Estados que ruíram, perderam o mando, porque não tinham o verdadeiro domínio, mas tão somente instante de poder.

Após tantas advertências, históricas ou não, na atualidade, o ser humano passou e continua a passar por dilemas físicos e astrais que precisam ser resolvidos. Mesmo após o seu maior expoente, o Mestre dos mestres, Jesus, o chamado “filho de Deus”, o homem não consegue reencontrar a própria consciência a ponto de se deixar guiar pela espiritualidade. Mesmo que os profetas anunciem as catástrofes ou a salvação, a sociedade e, em especial, os seus indivíduos, vivem desconfiados, inertes em um cenário conflituoso. Entre a dúvida e a certeza da escolha quanto ao melhor caminho, vivem internamente a cruel dúvida, se salva o corpo ou a alma…, o que denota a evidente falta de espiritualidade.

Não nos resta dúvida de que o ser humano é um ser político que vive em sociedade, mas que ainda tropeça nas escolhas que chamamos de livre arbítrio. Inegavelmente, no contexto atual, pouca coisa mudou em relação aos fatos que narram a história da humanidade e seus conflitos numa disputa pelo poder, dominada pelo Estado ou pela Igreja, que predominantemente destaca o “capital”.

É patente a relação de dependência do ser humano pela religião ou pelo Estado, caracterizada pelo poder das igrejas ou castas políticas dominantes que nitidamente exploram a fé, bem como as necessidades físicas dos subjugados.

A pergunta é: De quem é a responsabilidade? Quem sustenta este cenário?

Que o ser humano precisa de amparo e socorro emergencial tanto do corpo como da alma, disto não resta dúvida. Como umbandista, acreditamos que a proposta da espiritualidade pragmatizada na doutrina do Tríplice Caminho é universal, cujo método busca amenizar os sofrimentos dos indivíduos, independentemente, da religião, posição social, escolha política etc., eis que legitima a fé daqueles que acreditam em Deus. Assim, colocar em prática fundamentos teóricos que solidificam o aprimoramento do espírito como projeto de vida, assentado nos princípios de amor e sabedoria Divinos, não deixa de ser concretização do Poder Sagrado de Deus manifestado pela sua política socorrista, emergencial e estrutural.

Aprendemos que teorias por teorias de nada valem sem a efetividade da prática. O importante, independente da religião ou da teoria com a qual nos afinizamos, é que somemos esforços para a correção dos equívocos perpetrados pelo poder político ou religioso, que se sustentam pelos séculos e séculos.

O planeta terra sobrevive à constante pressão do medo em um cenário de guerra causado pelo egoísmo humano, alimentado pelo desejo individual ou coletivo. É o momento propício para que, somando esforços, conscientemente, trabalhemos pela reversão deste status quo, a fim de restabelecer a espiritualidade na mente e no coração de cada ser humano.

Resumidamente, é imperioso que a religião não deixe morrer a fé, e o Estado não deixe perecer o homem. A verdadeira evolução que nos trará o equilíbrio entre espírito e matéria somente será possível pela espiritualidade quando o homem entender que é um ser divino, universal e que tudo que existe é Sagrado e provém da mente criadora que paira sobre todas as coisas.

Entendemos que a vida no planeta terra é viável e será próspera para todos, desde que o homem aprenda a respeitar a si mesmo e aos outros, vivendo em equilíbrio, estabilidade e em harmonia, numa constante e efetiva reciprocidade de tolerância e cooperação.

Este é um projeto universal, cujos passos iniciais, aos olhos da Espiritualidade, só dependerá de nossas escolhas. Como nos ensina os mestres, citados na bibliografia abaixo, “podemos viver em um mundo melhor junto a uma humanidade mais feliz”. “Lembrem-se de que a nossa Pátria é o Planeta Terra, onde é possível diminuir a distância entre o desejável e o possível.”

Paz e Luz.

Cleber Francisco (Marashitan) 09/03/2013

*Correção ortográfica e gramatical Cleane Drumond

BIBLIOGRAFIA 1 – GARCIA RUBIO, A.. Teologia da libertação, Unidade na pluralidade; O ser humano a luz da fé da reflexão cristã: A Dimensão Sócio política do Ser Humano. S.Paulo, 1985, p. 492-533. 2- NETO, Francisco Rivas. Umbanda a Proto-Síntese Cósmica; Epistemologia, Ética e Método Escola de Síntese. Ed. Pensamento, São Paulo, 1ª ed, 1989, p. 375-391. 3NETO, José de Paiva. Diretrizes Espiritualistas da Religião de Deus; Fé raciocinada, raciocinante e realizante. 2º Vol. 1ª ed., 1994, p.188.

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