Post published:10/04/2012
INTRODUÇÃO:
Como a temática deste trabalho é alusiva à evolução do homem, devemos levar em consideração que a sociedade vem se formando desde que o ser humano manifestou seu desejo pela primeira vez. Assim, teve a ideia de que poderia atuar no cenário físico e poderia viver como um ser gregário. Descobriu, então, que a sua racionalidade poderia de alguma forma contribuir para o seu próprio progresso.
Percebida essa capacidade de raciocinar, rusticamente, deu o homem os seus primeiros passos rumo a sua evolução, saindo dos tempos da caverna até chegar aos dias atuais. Com essa percepção embrionária, achou-se dono do mundo perdendo de forma inconsciente os seus mais valorosos atributos essenciais e divinos, herdados do “Pai“. Houve, consequentemente, por parte de todos os Espíritos, a premente necessidade de vivenciar a Natureza para reaprender a Vida. Fadado à exigência da expiação Kármica na dimensão física regida pelo espaço/tempo, o “Ser” na condição de humano foi forçado a conviver com outros de sua mesma espécie. Foi aí, que começou a sua maior luta! Fazer com que, a sua capacidade espiritual sobrepujasse a sua necessidade material. Desta forma, imperativamente, foi-lhe exigido esforço redobrado, a fim de que a sua sideral caminhada evolutiva suplantasse a temporal sobrevivência humana.
“Experimentou desde os unicelulares, passando por todos os processos evolutivos da escala animal, ou seja, até a fixação dos elementos básicos da inteligência e sua expressão”. (Arhapiagha, O Elo Perdido, 1999, p 66.)
Foi nesse cenário que o homem ao enfrentar suas dificuldades, deu-se conta que não podia avançar sozinho. Sentindo-se impotente perante a Eternidade, refletiu e num átimo de segundo, meio que inconsciente percebeu DEUS. Ao notar que não tinha outra saída, buscou logo iniciar sua transcendência, de forma que pudesse resgatar sua cidadania espiritual. Diante desse mistério buscou rever suas atitudes consigo mesmo, com o próximo, com a Natureza e principalmente com Sagrado .
“Cada indivíduo é um universo em si mesmo, a vastidão interior é comparável à vastidão do cosmo. Raros são os que buscam conhecer a vastidão interior, a maioria prefere poupar-se ao trabalho, mantendo-se na ignorância. O resultado é a criação de um hiato, um abismo entre o interior e o exterior, gerando a dualidade e o conflito, entre o sujeito e o objeto”. (Arhapiagha, Umbanda roto-Síntese Cósmica, 2002, p. 382.).
Dentro desse contexto é que nos reportamos aos dias de hoje, ao levar em consideração o papel da Umbanda e sua influência na conduta e formação do ser humano.
Sabe-se, que a Umbanda vem contribuindo de forma direta e indireta, com o inconsciente coletivo, a fim de acionar a mente e o coração do ser humano, para assim impulsionar o progresso da Humanidade. Essa contribuição traz aspectos, nem sempre percebidos por todos os seres humanos, principalmente, no que se refere à iniciação espiritual.
Em se tratando de ancestralidade, para nós, tanto o homem como a “Lei Primária” que o rege, emanaram de uma fonte “axiomática”, que por ignorância dos seres humanos é mais dogmatizada que estudada. Emanados por essa fonte, os mistérios que disciplinam o homem e o ambiente em que vive, são expressões naturais contidos nos Arcanos maiores. Diante desse fato, fica evidente que toda capacidade de sobrevivência humana depende de um princípio Virginal com extensão Universal/Cósmica em suas características macro e micro. Esse “Sistema Divino” cria Leis geradoras, que se manifestam e se concretizam em várias dimensões, fenômenos esses, que vão dos nos planos mais sutis até os mais densos. Reside aí, a Sabedoria e o Amor de Deus para com todos. Eis a Natureza, que no plano terrestre nos permite reencontrarmos.
Falar do homem no século XXI, sem relacioná-lo ao conjunto das leis sagradas que o rege, seria ignorar todas as conquistas positivas alcançadas no cenário terrestre, desprezando os meios que o possibilitaram que isso acontecesse.
A Umbanda é ancestral, mas talvez poucos saibam disso! O registro oficial que temos, no plano físico, data-se de pouco menos de um século e não poderemos dizer, sem incorrer em grave erro, que o praticado e experimentado, durante este período, seja Umbanda em sua pureza cristalina. Esse registro é tão somente um prova inconteste de implantação e retorno de uma futura grande lei, que ainda passa por filtragem e purificação. Só assim, defraudará seus véus, a permitir posterior aceitação e efetivação da verdadeira e inconfundível Luz Divina.
O movimento umbandista como é conhecido hoje, ressalto, é apenas um marco de uma nova e auspiciosa Era. O cenário da Terra, quando comparado às ilimitadas regiões cósmicas, não deixa de ser, ambiente, onde os seres humanos apenas aprendem de forma infantil, a despertar a mente espiritual, ainda tão limitada pelo Egoísmo. Embora, a nossa observação seja a respeito da Umbanda em seu contexto humano, não podemos deixar de dizer que, a falta de fé sempre foi um obstáculo ao reencontro do Ser com a sua própria essência. Neste contexto, as instituições religiosas são as grandes responsáveis, pois, a falência religiosa levou à descrença humana.
“Há milhares de anos, quando a Raça Vermelha surgiu, ela recebeu, em seu início, os Seres Espirituais ligados ao campo gravitacional Kármico do planeta terra. A par desses Seres Espirituais, outros mais atrasados (do planetóide) encarnaram, mas em outras regiões, já emergidas. Isso aconteceu em terras da própria América, em suas regiões Central e Norte. Também aconteceu em outros futuros continentes, tal como em África, Oceania, Ásia etc. Bem, para que estamos dando essas informações? É para que o filho de fé, na hora precisa de nossa exposição, possa entender como surgiu o Aumbandan e como ocorreram as deturpações que acabaram culminando com o desaparecimento do Aumbandan – A Proto-Síntese Cósmica. (Arhapiagha, Elo Perdido, 1999, p 68 ).
Dentre as diversas vertentes apresentadas pelo movimento umbandista são nítidas as variações ritualísticas, em que cujas concepções míticas e místicas são condições fundamentais de abarcamento das consciências humanas.
Ao citarmos as vertentes, inquestionavelmente, estaremos invocando o Sagrado, que paira sobre todas as devoções e estruturas da Humanidade. Diante desta verdade, não poderíamos deixar de citar o grande papel que vem sendo desempenhada pela sagrada Luz da Umbanda, na transformação do “Espírito humano”. Inquestionavelmente, essa transformação se dá a partir do momento em que o homem faz a sua introspecção e percebe o Sagrado presente em seu interior. Começa, aí, a sua caminhada de iniciação.
Desta forma, a sua busca se torna incansável até completar o ciclo de descoberta que o levará ao resgate de seus atributos perdidos.
Iniciada a busca rumo ao resgate dos atributos espirituais, o Espírito confrontará sua personalidade atual com sua consciência milenar. Consciente, descobrirá pela memória ancestral a sua verdadeira essência em espírito e verdade. Assim, poderá renascer para uma nova vida, pautada no Sagrado e não limitada pelo espaço e tempo.
Marashitan
06.11.2006
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